terça-feira, 16 de março de 2010

Estar num outro planisfério


Não consigo vislumbrar nenhuma realidade
Além daquilo que não existe
Simplesmente nos perdemos
Não há idéia
Nem sentido
Somos matéria inanimada
Em pesar por não pensar
Haveria meio se houvesse um caminho a seguir

Instantes atrás havia vida
Presságios e sopros
Nada é a substância que mais pressinto agora
Instante atrás queria viver
Agora corro sem destino
Perdido dentro de mim mesmo
Enceno a cada milésimo de segundo
Como gota que enseja a evaporação

Tudo, tudo, tudo é um montão de nada
Até parece que poderia se esconder
Percebo que não! Vazio inspira permanentemente
Como se dentro de mim houvesse algo
Só me resta entregar àquilo que não existe

Mesmo o mar mais infinito
O céu mais distante
É pura ilusão...
Não há dimensão
Tudo que é sólido se desmancha no ar
Perdi o sentido e sensação

Em mim não há sequer mecânica
Nem graça
Desgraça
Tudo em mim me ultrapassa
E passa...

Emerson José Campos